Lição 10
04 de Dezembro 2005
A parábola dos primeiros assentos
TEXTO ÁUREO
"Antes de ser quebrantado eleva-se o coração do homem; e, diante da honra, vai a humildade". Pv 18.12
VERDADE APLICADA
Deus resiste aos soberbos, mas dá graça e honra aos humildes.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
• Alertar que o orgulho e a soberba podem nos levar à destruição;
• Saber que o lugar de exaltação é estar aos pés
de Jesus, nosso Redentor;
• Entender que o orgulho nos impede de ter uma atitude humilde para com
Deus e o próximo;
Após o culto na sinagoga, aos sábados, os judeus costumavam
ter uma lauta refeição, para a qual, muitas vezes, havia vários convidados.
Um dos principais dos fariseus convidara Jesus para um desses almoços, com o
propósito de armar-lhe uma cilada. Lá, bem na frente de Jesus, estava um homem
hidrópico. Jesus curaria o homem, no Sábado, ou esperaria até à noite, quando
o sábado terminasse?
Jesus curou o homem e mandou-o para casa, porque os fariseus
se recusaram a responder à sua pergunta, se era ou não lícito curar no sábado.
Ainda lhes propôs outra questão, apelando para o seu senso de compaixão e misericórdia:
"Qual de vós, se o filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo
em dia de sábado?" Também a essa pergunta, que se referia a
coisas da casa, os fariseus não souberam o que responder.
Naquele ambiente hostil, onde alguns hóspedes tinham
egoisticamente tomado os melhores assentos junto à mesa, Jesus ensinou a parábola
dos convidados orgulhosos — uma lição de humildade. Ele usou a cena de uma festa
de casamento para a qual certo número de pessoas havia sido
convidados. Num banquete de casamento, os divãs eram dispostos na forma
de uma ferradura alongada ao redor de uma mesa retangular. A cabeceira da mesa
se colocava a pessoa de maior destaque, com o segundo e o terceiro lugares à
esquerda e à direita desta pessoa. Cada diva acomodava três pessoas, cabendo
à do meio a honra maior. O diva à esquerda da cabeceira
da mesa era o segundo em prioridade, e, depois, o diva da direita. Conseqüentemente,
os hóspedes judeus se orientavam pela etiqueta social da época para encontrar
o lugar certo à mesa. No entanto, se a escolha de lugares ficasse a critério
dos convidados, muitos demonstravam seu egoísmo, preconceito e
orgulho. Foi exatamente isso que aconteceu, naquele dia, na casa do fariseu
que tinha convidado Jesus. Os fariseus e os doutores da lei
tinham criado um clima
de soberba e arrogância desprovido de amor e humildade. Nessas circunstâncias, Jesus ensinou uma lição
de auto - depreciação.
A parábola é encontrada apenas no Evangelho de Lucas, embora o sentimento
que ela expressa ocorra em outros lugares dos Evangelhos e Epístolas. Naturalmente, nos lembramos de
quando Jesus lavou os pés dos discípulos, no cenáculo, na noite em que foi traído.
O Exemplo
Os fariseus e os doutores
da lei estavam acostumados com os Provérbios de Salomão. Conheciam
muito bem o trecho que diz: "Não te glories na presença do rei, nem
te ponhas no meio dos grandes; porque melhor é que te digam: Sobe para aqui;
do que seres humilhado diante do príncipe" (Pv 25.6,7). Jesus se referiu habilmente a esta passagem quando
descreveu um salão
cheio de convidados para as bodas, assentados à mesa. Um convidado mais importante
chegou quando todos os assentos escolhidos junto da mesa estavam já ocupados. O anfitrião não podia permitir
que esse hóspede tão ilustre tomasse um lugar
inferior. Isso seria uma quebra imperdoável da etiqueta. Em tal caso, o hospedeiro tinha apenas uma escolha: pedir à pessoa
que ocupava o lugar de honra, ao qual
não tinha direito, que ocupasse um lugar inferior, e, então convidar o visitante ilustre para ocupar o lugar
de destaque. O convidado, humilhado,
aprenderia uma lição difícil de esquecer.
Ao chegar, não seria
mais prudente ocupar o lugar de menor destaque, à mesa? Se o anfitrião julgasse que o
lugar ocupado era modesto demais, convidaria o hóspede, dizendo: "Amigo,
senta-te mais para cima." Conseqüentemente, o convidado seria honrado na presença
de todos os outros. Do lugar mais humilde até ao mais honrado. As palavras de
Jesus: "Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha
será exaltado", eram muito familiares naquela época. Um contemporâneo de
Jesus, o Rabino Hillel, citava um provérbio
judaico semelhante: "Minha própria submissão é minha exaltação; minha própria exaltação é minha
submissão."
Jesus não pretendia ensinar
aos fariseus e teólogos apenas algumas regras de boas maneiras à mesa. Ensinou
uma lição de humildade e amor dirigindo-se aos convidados que ali estavam,
bem como àquele que o convidará. Jesus disse ao hospedeiro que este não devia convidar
com interesse de ser recompensado: "Porque, se amardes os que vos
amam, que recompensa tendes?" (Mt 5.46). Se o anfitrião convida seus parentes,
amigos e conhecidos para comerem com ele, com a intenção de que eles, depois, também o convidem, estará
pensando no quanto receberá de volta. Mas, se convida pessoas que são financeira
e socialmente impossibilitadas de retribuir o convite, sua recompensa será
paga pelo próprio Deus, por ocasião da ressurreição.
Quem promoveria um banquete
e convidaria a mais baixa classe da sociedade: os pobres, os aleijados, os
coxos e os cegos? Financeiramente, os pobres dependem dos ricos, e aqueles que são
aleijados, coxos e cegos, muitas vezes, precisam da ajuda dos que são fisicamente capazes.
Essas pessoas não têm meios nem força para retribuir
os favores.
Quando o convite é extensivo
às pessoas que não têm acesso aos prazeres da mesa, gozados pelos ricos, a bênção
se torna merecida. Naturalmente, Jesus não estava dizendo que o anfitrião deveria convidar
apenas os oprimidos. Ele ensina que os nossos
atos devem ser praticados sem que esperemos
reciprocidade. Devem ser executados com espírito de humildade e amor
desinteressados. Tais atos recebem a aprovação divina, pois: "Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.40). Este ensino
universal não se limita ao oferecimento de banquetes, mas inclui também todas
as dádivas que não podem ser retribuídas por aqueles que as recebem.
Bibliografia Simon